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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Carta de Apoio ao Movimento Presído Não!


O Governo do Estado de São Paulo anunciou a desapropriação de um terreno de aproximadamente 230 mil metros² na antiga estrada que liga Bom Jesus dos Perdões a Piracaia, através do Decreto Nº 59.024 de 01 de abril de 2013, para a construção de uma unidade prisional feminina no local.

A região onde se pretende instalar esta unidade vem buscando criar sua identidade através do turismo rural e outras modalidades de turismo relacionadas a paisagens e natureza, buscando atrair turistas que busquem o descanso nas cidades do interior, alguns municípios já são tratados como Estâncias Turísticas e outros buscam esta denominação, e possuem condições de obtê-las. Recentemente foi criado o Circuito Entre Serras e Águas e desde 2005 existe o Atibaia e Região Convention & Visitors Bureau, que busca trabalhar o turismo na região. Fica claro que toda a economia da região gira em torno de suas belas paisagens, de suas represas, reservas naturais, ecoturismo entre outros, e a construção desta unidade vai à contramão de todo este esforço.

Vale ressaltar que a construção desta unidade não visa em momento algum resolver os problemas sociais da própria região, que apesar de existirem, não constituem demanda para este empreendimento, logo, a iniciativa do Governo soa como um empurrão dos problemas sociais de outras localidades para a nossa, e não podemos aceitar isso enquanto população. Como foi dito, temos nossos próprios problemas, e nossas dificuldades em resolvê-los e não precisamos de mais um.

Somado a isso, a construção de uma unidade prisional traz consigo outros problemas que irão afetar toda a região, e inclusive prejudicar a intenção da região de ser um polo turístico, esses problemas vão desde urbanização desordenada próxima ao local, até o risco de rebelião, e todos estes serão arcados por estes municípios.

A área escolhida, além de ficar próximo à rodovia, fica próxima a diversas propriedades rurais, o que aumenta a insegurança destes produtores, que já sofrem com a dificuldade em se manter uma patrulha nas redondezas, por falta de efetivos em segurança. Somado a isso, ainda correm o risco de terem suas propriedades invadidas, e, em caso de rebelião, fuga ou resgate, serem utilizadas como rota de fuga destes presos, tendo suas vidas sendo colocadas em risco.

Assim sendo, o Sindicato Rural de Piracaia, entidade representativa do produtor rural não pode compactuar com esta construção, e vem através desta, declarar apoio aos movimentos populares que são contra a construção do presídio na região.

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